

Um jogador em risco pode impactar toda a indústria de . Por isso, ele deve ser protegido com um olhar coletivo, com responsabilidade compartilhada, e não como um problema isolado de uma única operadora.
Uma indústria forte e sustentável exige visão coletiva, compromisso compartilhado e inovação constante. Em um momento em que o debate sobre publicidade se intensifica e propostas como o PL 2985/23 avançam no Congresso, restringindo a comunicação institucional do setor, o Jogo Responsável se consolida como a resposta estratégica para proteger o apostador e garantir a legitimidade do mercado no Brasil.
Mesmo em mercados mais maduros, os mecanismos de Jogo Responsável dependem, em grande parte, de limites de depósito, aposta, tempo de sessão e pausas obrigatórias. Embora essenciais, essas ferramentas operam isoladamente dentro de cada operadora, ignorando que os apostadores frequentemente mantêm contas em múltiplas plataformas, circulando entre elas em busca de melhores odds, promoções e conveniência. Isso resulta em uma visão limitada do comportamento do jogador.
Soluções de monitoramento preditivo e colaborativo entre operadoras transformam essa lógica. Elas integram dados em uma inteligência unificada, criando um escudo coletivo contra comportamentos de risco. Ao conectar padrões de entre operadoras licenciadas, essas tecnologias permitem a identificação precoce de sinais de alerta — como excessivas ou padrões compulsivos — antes que problemas se agravem. Operando com dados protegidos, que garantem total segurança de que dados sensíveis não serão repassados de um operador para outro, essas soluções geram alertas para que as operadoras se comuniquem com seus apostadores, respeitando suas políticas internas. O objetivo é garantir uma proteção consistente, independentemente da plataforma utilizada. Experiências em mercados maduros demonstram que abordagens colaborativas aumentam a confiança no setor.
Mais do que tecnologia, essas soluções representam uma mudança importante de mentalidade. Elas transformam o Jogo Responsável em um ativo estratégico. Não se trata apenas de cumprir regras, mas de integrar a proteção ao jogador com estratégias que promovem confiança, retenção, lifetime value e reputação. É compliance mais marketing, aliados a uma visão de mercado. Adotar essas práticas reflete um compromisso coletivo com a sustentabilidade do setor.
O avanço do PL 2985/23 reforça a urgência dessa abordagem. Para se diferenciar do mercado ilegal, a indústria precisa demonstrar que é capaz de se autorregular de forma inteligente e proativa. Nenhuma operadora conseguirá isso sozinha. O interesse coletivo deve prevalecer, construindo uma rede sólida de proteção.
O Brasil tem a oportunidade de liderar uma nova era do Jogo Responsável. Uma era que coloca o jogador no centro, a confiança como valor fundamental e a colaboração entre operadoras, reguladores e desenvolvedores de tecnologia como caminho.
A autorregulação inteligente é o melhor caminho para um mercado sustentável no Brasil. O Jogo Responsável nunca foi tão urgente. E nunca foi tão estratégico.
(*) Thiago Iusim é Founder | CEO @ Betshield Responsible Gaming www.thebetshield.com.
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