

O efeito das bets, as virtuais, no consumo estão no foco do varejo em 2025, ao lado das perspectivas para o setor ainda em 2025, já com metade do ano quase esgotada. Na abertura da 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, comandada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em Atibaia, perto de São Paulo, o presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini cobrou maior tributação sobre as e medidas sobre a propaganda dos , as duas ações seguindo exemplo aplicado a cigarros e bebidas, e indicou que as bets estão reduzindo consumo em outros bens, além de gerar endividamento e inadimplência.
O setor atacadista e distribuidor registrou crescimento de 9,1% na receita entre janeiro e maio de 2025, segundo o termômetro elaborado pela Nielsen IQ, maior consultoria de dados do varejo no mundo. A pesquisa abrange 55 players de atacado e distribuição que informam dados do negócio. Mas maio, que teve aumento de 3,6%, mostrou desaceleração frente aos meses anteriores e 2024. Abril já indicou freio, com 4,4% de alta. O ano havia começado com 8%, 6,7% e 8,4%, respectivamente em janeiro, fevereiro e março. A projeção indica que o segmento deve alcançar 7% de crescimento até dezembro, para uma inflação que fique em 5%.
“Se o cidadão quiser exercer as , ele tem livre escolha. O que não está certo é o impacto na saúde das pessoas. É um vício como outros. Precisa ter mais regramento, como se tem para outros segmentos que geram dependência”, argumentou o presidente da Abad, que também representa a União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs). A associação reúne 3 mil associados, que abastecem mais de um milhão de pontos de venda.
O dirigente citou ainda que muitos apostadores caem na sedução do retorno e que também há perda de recursos para o País, já que as empresas são, em sua maioria, do exterior. Sobre os efeitos negativos para as vendas do varejo, Severini lembrou que a reclamação sobre a concorrência dos é geral. “A correlação é direta, não só no comércio de alimentos. Está todo mundo reclamando do impacto das bets”, dá o tom o presidente da Abad.
“Isso está reduzindo a frequência nos pontos de venda e disponibilidade de renda para outros gastos, além de aumentar o nível de endividamento e atrasos. É uma preocupação real. Precisa regulamentar mais do que já é”, reforça Domenico Tremarolli Filho, diretor de varejo da Nielsen IQ.
“O bolso é o mesmo”, observa Tremarolli, sobre a fonte para cobrir as contas, sejam as da vida real como dos de azar. Dados da Confederação Nacional do Comércio apontam que as online movimentaram mais de R$ 100 bilhões no Brasil nos últimos 12 meses, desde meados de 2024 até maio deste ano. Este volume tem funcionado como obstáculo para o varejo ampliado, pois famílias que apostam frequentemente sofrem redução em seu poder aquisitivo.
Severini ressaltou que muitos brasileiros recorrem às bets na tentativa de complementar renda, expectativa que não se concretiza na prática. Embora a entidade defenda o livre mercado e respeite escolhas individuais, considera problemática a falta de regulamentação adequada para o setor.
A cerimônia de abertura da convenção ocorreu na noite de segunda-feira, destacando a importância econômica e social do setor atacadista distribuidor no país. O evento contou com a presença dos deputados federais Zé Neto (PT-BA), Da Vitoria (PP-ES), Luiz Gastão (PSD-CE) e Domingos Sávio (PL-MG), presidente da FCS pela Câmara dos Deputados.
O senador Efraim Filho (União Brasil-PB), presidente da FCS pelo Senado Federal, também participou da solenidade. Os discursos enfatizaram a necessidade de um ambiente de negócios mais equilibrado e competitivo para o setor.
Antes da abertura oficial, foi realizada uma coletiva de imprensa com jornalistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. O primeiro dia do evento também ofereceu espaços para networking entre os aproximadamente 850 convidados presentes em Atibaia.
Especialistas comentam, no entanto, que as entidades do setor de varejo e consumo elegeram as bets como a grande vilã da economia devido a concorrência com as vendas dos atacadistas. Além disso, se valem de informações duvidosas e narrativas mentirosas e sem comprovação com o objetivo de demonizar as bets e idiotizar os apostadores.
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