Se no Brasil o mercado de está aquecido e as bets estão presentes em todos os times do Brasileirão, nos outros continentes essa propriedade é menor, mas não foge muito à regra. Dos 32 times disputam o Mundial de Clubes, aberto no último sábado, 17 deles têm alguma parceria com casas de aposta.
Seis deles estão na América do Sul, sendo os quatro brasileiros (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras), e os dois argentinos (Boca Juniors e River Plate), todos eles no máster. Os outros 11 se dividem entre as equipes de diversos continentes. Entre os principais estão a vice-campeã da Champions League, Inter de Milão, e o Porto, de Portugal, que são os únicos de fora do continente sul-americano com exposição no principal espaço do uniforme, isto é, patrocinadores master.
Também possuem a logomarca na camisa, mas não no máster, o Benfica, de Portugal, e o Pachuca, do México. Sete equipes têm algum tipo de parceria com as bets, mas sem publicidade no uniforme: Paris Saint-Germain, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City, Chelsea, Juventus e Auckland City.
Os 32 clubes que jogam o Mundial só poderiam estampar em sua camisa o patrocinador principal durante o torneio, como prevê o regulamento da Fifa em suas competições, para não gerar conflito com os patrocinadores oficiais do torneio. Mas a entidade abriu uma exceção e permitiu também a exibição de mais uma marca em uma das mangas do uniforme. Os clubes escolheram qual patrocinador querem mostrar e comunicaram a Fifa.
“É um mercado maduro e regulamentado em vários países, comprovando uma realidade de investimento nas principais ligas do mundo; algumas mais, outras menos, mas que demonstram a importância desta indústria global no futebol”, diz Filipe Molon, diretor comercial da Ana Gaming, presente em quatro clubes da elite brasileira.
Como bets penetram nos esportes dos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o setor é regulamentado em nível estadual. Então, o cenário muda de Utah, onde não há permissão para nenhum tipo de jogo de azar, até Nevada, que permite quase tudo, exceto . Além dos 50 Estados, existem centenas de tribos que possuem soberania limitada e podem decidir operar jogatinas sob as próprias regras.
Alguns Estados, como Nova York, proibiram propagandas de esportivas perto de universidades. No ano passado, um senador e um deputado democratas apresentaram projeto de lei que impede a propaganda de durante eventos esportivos ao vivo e ainda campanhas com atletas universitários.
As bets são permitidas em 38 Estados do país e lá estão ligadas especialmente ao futebol americano. Estima-se que 7 milhões de pessoas tenham problemas de saúde mental ou financeiros por causa do vício em nos EUA.
No Mundial, a Fifa permite inserções publicitárias nos estádios apenas de seus parceiros comerciais. Entre as nove marcas que patrocinam a competição, está uma casa de aposta, a Betano, de origem grega, e com forte presença no futebol brasileiro.
Bets em outros países
A liga que mais se aproxima do Brasil em relação à maciça presença de bets é a portuguesa. Dos 18 clubes da elite de Portugal, 12 são patrocinados por alguma casa de aposta (67%), sendo que 11 estão no master. São eles Sporting, Benfica, Porto, Braga, Famalicão, Vitória, Rio Ave Arouca, Estoril Praia, Gil Vicente, Moreirense, Santa Clara e Farense.
“Com bases de fãs significativamente grandes e fiéis, patrocínios esportivos podem funcionar para marcas que buscam reconhecimento, notoriedade e retenção”, afirma Alex Rose, CEO da InplaySoft, empresa inglesa que atua na criação e no desenvolvimento de plataformas e provedores para as casas de .
Já na La Liga, da Espanha, 5 dos 20 clubes estão associados a bets, mas nenhum no uniforme, casos de Real Madrid, Barcelona, Athletic Bilbao, Deportivo Alavés e Celta de Vigo.
Isso deve à legislação espanhola, que, desde 2020, proíbe a exposição de plataformas de nas camisas de times de futebol. Os sites de também não estão autorizado ao dar nome aos estádios, isto é, comprar os naming rights.
Na Inglaterra, principal mercado deste segmento em todo o mundo, os clubes da Premier League não poderão mais anunciar casas de na parte da frente das camisas a partir da temporada 2026/27, mas continuarão livres para expor essas marcas nas mangas dos uniformes, em placas publicitárias ou em backdrops e painéis de entrevistas.
Na Itália, 10 dos 20 times têm parcerias com bets (Internazionale, Milan, Juventus, Lazio, Fiorentina, Torino, Udinese, Como, Monza, Lecce); apenas 1 está no máster (Internazionale), mas apenas cinco possuem exposição no uniforme.
O Milan conta com um elo inédito com o setor de esportivas do Brasil. Regulamentada junto ao governo federal para operar no País, a Reals se tornou, em abril, Parceira Regional Oficial de do Milan na América Latina, sendo a primeira brasileira do setor a patrocinar um gigante europeu.
“No mercado há uma certa saturação quando o assunto é o patrocínio de empresas de nas camisas dos clubes. De fato, são poucos times que atuam nas primeiras divisões e são muitas companhias disputando o mesmo espaço, o que infla os preços. Nesse cenário é preciso ter criatividade e buscar opções que tragam ótimos retornos, mesmo que no contrato não esteja envolvida a tradicional exibição da marca nos uniformes. E essa é uma vantagem que o mundo digital trouxe para relação entre patrocinadores e patrocinados”, diz Rafael Borges, CEO da Reals.
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