

O mercado de esportivas no Brasil entrou em campo em 2025 com regras claras, estrutura montada e boa-fé. Regras definidas, licenças pagas, operações locais, equipes contratadas, políticas de jogo responsável implementadas e impostos começando a ser recolhidos. Mas, poucos meses depois, o gramado encolheu, as traves mudaram de lugar e já tem gente querendo apagar a luz do estádio.
Mudar as regras no meio do jogo não é a evolução natural que se espera de qualquer regulação. Não é o amadurecimento que vem com o tempo, com base em aprendizado e diálogo. É desvio de rota. Para quem entrou para operar dentro da lei, a frustração é inevitável. Para quem vê de fora, reforça a imagem de um Brasil que ainda carece de segurança jurídica e estabilidade regulatória. Veneno para qualquer setor recém-nascido.
A regulamentação do setor de não é um favor à indústria. Pelo contrário. É uma forma de proteger o apostador da indústria ilegal e também de proteger a economia popular.
É um pacto para formalizar o mercado, criar empregos, atrair investimentos e garantir segurança. Mas, para funcionar, precisa de algo que deveria ser simples: regras claras e disposição para cumprir o que foi combinado.
A indústria agora vê o combinado se desfazer em decisões unilaterais, tomadas sem debate e sem análise de impacto conhecida. E cada mudança que sufoca quem joga limpo acaba sendo um gol de mão dado às operadoras ilegais. Quem não pagou ingresso ainda aplaude de pé.
Esse não é o jogo que o Brasil prometeu. É uma chance histórica que pode começar a escorrer pelo ralo.
A Lei 14.790 é moderna, técnica e equilibrada. O país tem capital humano, tecnologia, inteligência de dados e empresas comprometidas com o jogo responsável. Dá pra melhorar? Sim, sempre dá. Mas sem previsibilidade, nenhum plano resiste. Nenhum investimento se sustenta. Nenhuma confiança se mantém. O setor quer respeito ao combinado, com diálogo, estabilidade e combate efetivo ao mercado ilegal.
As equipes estão em campo. Quem joga limpo precisa de árbitro justo, gramado nivelado e luz acesa. E quem não pagou ingresso, que fique de fora da festa.
Thiago Iusim – Founder | CEO @ Betshield Responsible Gaming – www.thebetshield.com
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