

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, participou nesta quarta-feira de um evento organizado pela Esfera Brasil e IDP sobre inteligência financeira e crime organizado, e aproveitou para fazer um alerta sobre o risco das casas de esportivas, as chamadas “bets”, serem usadas para lavagem de dinheiro.
“Precisaremos agir com muita firmeza, Estado e setor privado, para não permitir que o crime organizado se sinta encorajado e à vontade para ampliar seus tentáculos, por meio de casas de , para a prática de delitos financeiros. O tema das ‘bets’ se tornou bastante espinhoso, mas é mandatório que consigamos blindar o setor bancário de tentativas de práticas de lavagem de dinheiro”, comentou.
Segundo ele, além de empresas nacionais e estrangeiras, que buscam legitimamente a regulamentação, seguindo as regras do país, centenas de ‘bets’ se movimentam nas sombras, aproveitando a oportunidade para ganhar em cima de apostadores de baixa renda e socialmente vulneráveis. “Foram seis anos sem regulamentação em que as ‘bets’ se aproveitaram para navegar em mar aberto, sem regulação e sem fiscalização”.
Isaac Sidney lembrou que a atividade é fruto de uma decisão legislativa.
Sidney diz que há muito o que fazer sob a ótica da regulação e da supervisão e sob aspectos relevantes do mundo financeiro, econômico, social e até penal. “Há riscos, nada desprezíveis, do uso indevido das para se lavar dinheiro. Nesse campo, os bancos já estão atuando de forma efetiva, colocando nossa experiência, conhecimento e esforço para exercer o papel de coletar e processar informações para auxiliar as autoridades no combate a ilícitos financeiros.”
“Os on-line de são um canal de risco para lavagem de dinheiro. Estado e o setor privado precisam agir com firmeza para não permitir que o crime organizado os use para ampliar seus tentáculos e suas operações financeiras”, disse o presidente da Febraban nesta quarta-feira (25), durante seminário sobre lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil, em Brasília.
O representante da Febraban aproveitou ainda para criticar algumas fintechs, que segundo ele também não cumprem inteiramente as regras de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD). Para ele, é absolutamente necessário que todos os agentes de mercado, que atuam na indústria financeira, sejam obrigados a ter uma política firme de integridade.
“É fundamental que tenhamos sempre a adoção de regras de PLD para todos os players, repito, sem exceção, evitando assimetrias que acabem por ampliar os riscos de crimes financeiros. É imperioso que todas as instituições de pagamentos e fintechs, que prestam serviços financeiros, sejam autorizadas a funcionar e sujeitas à fiscalização.”
Sidney lembrou que nos últimos meses foram vistas operações policiais contra algumas instituições de pagamentos e fintechs, que, sem a devida autorização, ofereciam produtos e serviços financeiros, inclusive para uma “blindagem patrimonial” de seus clientes. “Esses produtos e serviços são oferecidos com o propósito de evitar que os recursos financeiros depositados nessas contas sejam alcançados por ordens judiciais para bloqueios e penhoras desses recursos. Essas empresas estão utilizando, indevidamente, o nome do Banco Central e do Bacen Jud, de forma a dar credibilidade ao seu negócio.”
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