

O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL) e editor do BNLData, Magnho José apresentou os potenciais impactos econômicos da legalização dos cassinos no Brasil durante o 24º Encontro da Hotelaria. O evento aconteceu nesta sexta-feira (27) na Arena Olímpia Shows & Eventos, em Olímpia (SP), organizado pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
O especialista, que acumula 28 anos de experiência no setor e atua como consultor, compartilhou dados sobre o mercado atual de no país. Segundo ele, os movimentam cerca de R$ 200 bilhões por ano no Brasil, enquanto as oficiais geram R$ 28 bilhões. Conforme reportado pela Revista Hoteis, o evento chega pela primeira vez ao estado de São Paulo, na cidade de Olímpia, que já se prepara para receber cassinos caso o Projeto de Lei 2234/2022, que legaliza os seja aprovado pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente Lula.
O especialista destacou o potencial de geração de empregos com a proposta que legaliza cassinos em resorts e turísticos, bingos e o jogo do bicho.
“O jogo é uma atividade econômica, e deve ser tratada como tal”, afirmou o presidente do IJL durante sua apresentação.
O palestrante mencionou que hotéis convencionais de quatro e cinco estrelas empregam entre 0,6 e 1 funcionário por apartamento. Nos hotéis-cassino, essa média sobe para 3,2 funcionários devido às aproximadamente 85 novas funções criadas nesse modelo de negócio.
Nos Estados Unidos, a indústria do jogo emprega 1,7 milhão de pessoas em mais de 200 profissões, com remuneração anual de US$ 74 bilhões, conforme dados apresentados por Magnho José.
“O Brasil deixa de arrecadar bilhões em impostos e perde a oportunidade de gerar milhares de empregos”, declarou o especialista.
Uma pesquisa do DataSenado divulgada em março de 2025 indica que 60% da população brasileira é favorável à legalização dos , 34% é contra e 6% não respondeu.
O Congresso Nacional analisa atualmente o Projeto de Lei 2234/22 (PL 442/91), que propõe a liberação de cassinos integrados a resorts. A proposta estabelece a instalação de três cassinos em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Pará e Amazonas, e um nos demais estados e no Distrito Federal.
“Também estão previstos cassinos turísticos em destinos localizados a até 100 km desses resorts, além de cassinos fluviais em grandes rios, com limites baseados na extensão de cada curso d’água”, explicou José.
O presidente do IJL também apresentou o georreferenciamento do jogo no mundo e informou que dos 197 países-membros da ONU, 75,52% já legalizaram de azar. O Brasil está entre os 24,48% que ainda não regulamentaram a atividade.
Revelou também que aproximadamente 200 mil brasileiros viajam anualmente para jogar no exterior.
“A verdade é que o brasileiro não está impedido de jogar. Quem está impedido é o Brasil, de arrecadar impostos com essa atividade”, afirmou o palestrante.
Antes de trabalhar com , Magno José chegou a trabalhar no Zoológico do Rio de Janeiro, conforme relatou durante a abertura de sua apresentação no evento.
Magnho destacou que toda proibição é discutível e quase sempre inútil, pois nada resolve como não resolveu nos Estados Unidos, a proibição de fabricação e comércio de bebidas alcoólicas com a edição da Lei Seca (Lei Volstead), em 1º de fevereiro de 1920. “Sempre haverá um empreendedor disposto a oferecer o que a sociedade deseja, principalmente sem a regulamentação de uma atividade”, disse o especialista. Ele concluiu sua participação declarando que “No caso dos de azar, só existem duas opções: legal ou ilegal. A opção ‘não jogar’ é uma ilusão”.
Lei Municipal autoriza a instalação de serviços de de cassinos na cidade
A participação de Magnho José no evento foi especialmente relevante para o setor hoteleiro, que busca aliados para a aprovação do PL 2234/22 no Senado. O painel sobre a legalização de casinos ganhou ainda mais importância após a Câmara Municipal de Olímpia aprovar recentemente um projeto de lei de autoria do prefeito Geninho Zuliani que abre caminho para a instalação de cassinos integrados a resorts na cidade.
O texto do Projeto de Lei 6225/2025 autoriza o Executivo olimpiense a conceder à iniciativa privada, por meio de licitação na modalidade diálogo competitivo, os serviços relacionados à exploração de em modalidade turística. A medida, no entanto, só terá validade se o Projeto de Lei nº 2.234/2022 for aprovado e convertido em lei. Atualmente, esta proposta já foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022 e encontra-se no Plenário do Senado Federal, com expectativa de ser pautada ainda no primeiro semestre deste ano.
Olímpia, com seus 56 mil habitantes, recebe atualmente 5 milhões de turistas por ano e possui 34 mil leitos disponíveis, com planos de expandir sua capacidade para 40 mil até 2027. A cidade vislumbra dobrar o número de visitantes com iniciativas como a abertura de um aeroporto internacional e a possível instalação de cassinos.
“Levar o Encontro da Hotelaria para Olímpia representa um grande desafio e uma excelente oportunidade para o setor. São Paulo é o estado mais dinâmico do mercado hoteleiro do Brasil, sendo o principal destino do turismo de negóciose o maior mercado emissor do País”, afirmou Marcos Valério Rocha, idealizador do evento, que contou com uma mostra de produtos e serviços.
O compartilhamento de conhecimento com pessoas de fora do trade de e foi um dos objetivos da participação de Magnho José no evento, visando reduzir resistências e preconceitos contra o setor de e , além de demonstrar os potenciais benefícios econômicos da regulamentação.
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