Alvo de críticas por parte do técnico do Flamengo, Filipe Luís, as casas de estabeleceram um raro domínio no futebol brasileiro nos últimos anos. As bets aparecem nos uniformes de todos os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, marcam presença também na segunda divisão, batizam nome de estádios tradicionais do País e ajudam os times até na contratação de jogadores de peso, revela reportagem do Estadão.
Um número confirma a importância que as casas de conquistaram no futebol nacional. Somente com o patrocínio das bets, os clubes brasileiros devem faturar cerca de R$ 1 bilhão neste ano, somados os valores de todas as 20 equipes da primeira divisão. Destas, 18 contam com casas de como patrocinadores máster no Brasileirão.
Apenas o estreante Mirassol e o Red Bull Bragantino não carregam o nome “bet” em seu principal espaço no uniforme. Mas têm casas de estampadas em suas camisas em menor destaque. No caso do time de Bragança Paulista, o principal apoiador é a própria empresa de energéticos, que batiza o nome do clube.
O crescimento das bets no futebol nacional foi vertiginoso no cenário pós-pandemia. As casas de aproveitaram uma lacuna deixada pelos bancos, principalmente a Caixa Econômica Federal, que dominou o mercado de patrocínios a clubes de futebol na década de 2010. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o banco estatal perdeu espaço e bancos digitais, menores, tentaram suprir essa demanda, por pouco tempo.
Após a pandemia, as casas de entraram no mercado brasileiro de forma intensa. Em 2024, apenas cinco times da Série A não eram patrocinados por empresas do ramo. As bets, então, começaram a se sobrepor aos bancos como principais apoiadores dos times nacionais.
De acordo com o estudo Mapa do Patrocínio, feito pelo Ibope Repucom e divulgado no mês passado, as companhias do setor financeiro lideraram a quantia, com 20 patrocínios, enquanto as bets estavam presentes em 18 clubes, com 15 empresas, na temporada passada do futebol nacional. Em relação às casas de , houve um crescimento de 25% em comparação com 2023, quando 12 empresas do setor estavam nos uniformes.
De forma mais discreta, as bets tentaram avançar também na área dos “naming rights” dos estádios. No Nordeste, duas arenas tradicionais ganharam novos nomes: “Casa de Arena Fonte Nova”, em Salvador, e “Casa de Arena das Dunas”, em Natal. O projeto mais ambicioso entre os grandes do País não foi para a frente. O Santos acabou não batendo o martelo para rebatizar a Vila Belmiro de “Vila Viva Sorte”.
“O potencial de crescimento das receitas e negócios nesses espaços, a partir da implementação do conceito de arena multiuso, foram fatores essenciais para realizarmos esses investimentos. A competitividade é muito grande, e era necessário mais um movimento inovador, além do desejo de se aproximar do público do entretenimento, uma vez que as novas arenas são capazes de receber eventos de variados portes e perfis”, aponta Anderson Nunes, Anderson Nunes, head de negócios da Casa de .
As investidas mais ousadas aconteceram na contratação de jogadores. O Corinthians, por exemplo, uma cláusula do contrato com a Esportes da Sorte previa dinheiro reservado para a contratação de um “jogador de peso”. Com estes recursos, estimados em R$ 57 milhões, buscou o atacante Memphis Depay no futebol europeu.
No São Paulo, os patrocinadores foram decisivos no acerto com Oscar. O meia-atacante voltou ao futebol nacional com salário estimado em R$ 2,3 milhões por mês. A Superbet banca pouco mais da metade deste valor, totalizando R$ 12,87 milhões anuais.
As marcas dessas empresas também impactam quem acompanha as transmissões dos e vai aos estádios. As principais emissoras do País que exibem o Campeonato Brasileiro contam com o apoio de casas de e suas marcas surgem durante os e também nos intervalos. As placas publicitárias, posicionadas nas linhas laterais e de fundo dos estádios, chegam a exibir em tempo real as odds, que são calculadas a partir da probabilidade do evento ocorrer e que estipula o valor de retorno que o apostador terá caso o fato se concretize.
Para os times menores, como Mirassol, Vitória e Fortaleza, as bets trouxeram aumento nos valores dos patrocinadores. “Escolhemos marcas com tradição, representatividade regional e torcidas engajadas, alinhadas ao nosso propósito de impulsionar o esporte nacional com responsabilidade e impacto social. Como operadora das marcas 7k, Cassino e Vera, nossa atuação vai além da exposição: investimos em iniciativas que fortalecem o ecossistema esportivo e promovem o jogo responsável, pilares essenciais para o futuro sustentável do setor”, afirma Talita Lacerda, diretora de operações da Ana Gaming.
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