

A comissão parlamentar de inquérito que investiga o uso de empresas de online para lavagem de dinheiro (CPI das Bets) terá seus trabalhos prorrogados por 45 dias. Com isso, a CPI vai funcionar até junho. O requerimento de prorrogação foi lido nesta quarta-feira (30) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e será publicado para que produza seus efeitos.
Alcolumbre formalizou a prorrogação da CPI nesta quarta. Na véspera, terça-feira, 29, na última reunião antes de os trabalhos serem estendidos, a comissão prendeu em flagrante um homem que havia sido convocado como testemunha. Apontado como “laranja” de uma intermediária de ilegais, ele foi acusado de falso testemunho durante o depoimento.
Entre parlamentares contrários à CPI, a avaliação é a de que a comissão buscou criar um fato para justificar a falta de resultados. E para isso acabou mirando um “peixe pequeno” no universo das empresas de .
Por outro lado, auxiliares da relatora da comissão, Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmam que o esquema no qual Adélia é investigada pode ter movimentado R$ 2 bilhões em dois anos. Pouco antes da prisão, entretanto, assessores se queixavam de a medida ser aplicada contra o homem que é “só o laranja”.
Presidente da CPI, o senador Dr. Hiran (PP-RR) é o autor do pedido de prorrogação. Sem ele, a CPI teria que encerrar as suas atividades nesta quarta.
Por solicitação da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), Davi já tinha anunciado na terça (29) que concederia o tempo extra. O prazo de 45 dias havia sido acordado com o presidente da comissão e com as lideranças. Soraya pleiteava uma prorrogação por 130 dias, argumentando que em fevereiro as atividades da CPI foram suspensas por 63 dias.
Principais pontos:
Prisão de “peixe pequeno”: Daniel Pardim, ligado à empresa Peach Blossom (suspeita de intermediar ilegais), foi preso por falso testemunho após negar conexões com a advogada Adélia Soares, investigada por operar esquemas bilionários. A defesa alega abuso de autoridade, enquanto críticos veem a ação como tentativa de justificar a CPI.
Esvaziamento: Sessões têm baixa participação de senadores. Requerimentos para quebra de sigilos de empresas foram arquivados sob alegação de “genericidade”, beneficiando o setor.
Conflitos internos e denúncias: A relatora Soraya Thronicke enfrenta resistência de senadores pró-bets, como Ciro Nogueira (PP-PI). Um escândalo envolvendo o lobista Silvio de Assis, acusado de oferecer blindagem a empresas por propina, abalou a credibilidade da CPI.
Tentativas de reaquecimento: Thronicke tentou convocar influenciadores como Deolane Bezerra, mas ações judiciais bloquearam os planos. O relatório final prometido pela relatora pode focar em propostas legislativas, mas com expectativas modestas.
Conclusão incerta: A CPI, marcada por divisões e baixa efetividade, deve encerrar com recomendações para regulamentação do setor, porém sem impactos significativos na apuração de crimes ou exposição de esquemas complexos.
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